
A palavra corpo é uma das mais ricas da língua portuguesa. O corpo sempre foi objeto de curiosidade por ser uma engrenagem misteriosa. Esse fato levou com que cada área do conhecimento humano apresentasse possíveis definições para o corpo como seu objeto de estudo.
Platão definiu o homem composto de corpo e alma. A teoria filosófica de Platão baseia-se fundamentalmente na cisão entre dois mundos: o inteligível da alma e o sensível do corpo. O pensamento platônico é essencial para a compreensão de toda uma linhagem filosófica que valoriza o mundo inteligível em detrimento do sensível. A alma é detentora da sabedoria e o corpo é a prisão quando a alma é dominada por ele, quando é incapaz de regrar os desejos e as tendências do mundo sensível.
Definir o que é o corpo é preciso primeiro entender a complexidade que envolve todo o seu universo, e identificar quais são as suas dimensões e como ele funciona.
O mundo ocidental sofre a tempos com o paradigma de que o corpo físico esta separado do mundo das idéias e dos sentimentos. No seculo XVII Descartes filosofo e matemático frances afirma que o ser humano era dividido em um corpo físico (objetivo e aberto a ciência), e a alma (o mundo espiritual e sentimental)
corporeidade se apresenta como proposta para a superação de um sistema mecanicista fragmentadora que impera desde os principios do desenvolvimento do ser humano. O movimento nesse sentido passa a ser refletido numa visão que considera a mente (inteligível) e o corpo (sensível) como dimensões indissociáveis, constituindo a unidade que é o ser humano.
Segundo Merleau-Ponty, quando o ser humano se depara com algo que se apresenta diante de sua consciência, ele analisa esse objeto em sua total sua forma, a partir de sua consciência perceptiva. Após perceber o objeto, este entra em sua consciência e passa a ser um fenômeno
corporeidade se apresenta como proposta para a superação de um sistema mecanicista fragmentadora que impera desde os principios do desenvolvimento do ser humano. O movimento nesse sentido passa a ser refletido numa visão que considera a mente (inteligível) e o corpo (sensível) como dimensões indissociáveis, constituindo a unidade que é o ser humano.
compreendermos o corpo como um todo, primeiro precisaremos entender o Pensamento Complexo de Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês, autor de diversos livros, entre eles: O Método, Introdução ao Pensamento Complexo, Ciência com Consciência, e que também é considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos da complexidade.
O Operador Dialógico envolve o relacionar coisas que aparentemente estão separadas: Exemplos:
Razão e Emoção
Sensível e Inteligível
O Real e o Imaginário
A Razão e os Mitos
A Ciência e a Arte
Trata-se da não existência de uma síntese. Tudo isto consiste o chamado dialogizar.
Totalidade: Não dissociar a parte do todo. O todo está na parte assim como a parte está no todo.
O pensamento complexo afirma também que, somos complexos. Isto porque fazemos parte de uma longa ordem biológica e porque somos produtores de cultura. Logo, somos 100% natureza e 100% cultura. O conhecimento complexo não está limitado à ciência, pois há na literatura, na poesia, nas artes, um profundo conhecimento.
Temos também que ter conhecimento sobre o Anel Tetralógico ou Tetragrama Organizacional formulado por Morin que repensa a vida como uma uni-diversidade circular e espiral.
Ordem;
-Desordem;
-Interação;
-(re) Organização
O desequilíbrio/problema é fundamental para que aconteçam novas aprendizagens. A desordem é um processo natural qua acompanha a vida. A ordem e a desordem se co-produzem. As relações que permitem as aprendizagen, seguem um principio de expanção e recolhimento indicando a necessidade de sai e entrar na “casa” (Conhecer a, conhecer-se, conhecer o outro, conhecer o que nasce a partir dessas relações.), somos seres que amparamos nossa aprendizagem nos processos sensório-perceptivos. Captamos estímulos atraves dos sentidos.
A Corporeidade, assim é algo que se realiza através da relação entre o mundo interior e exterior (auto-eco-organização). Uma Situação Problema, quando bem colocada gera um estado de desequilíbrio possitiva que se desdobrara em respostas que estimulam o processo de assimilação e acomodação, como bem fundamentou Piaget, Vivenciar uma situação problema envolve aspectos físicos, emocionais-afetivos, cognitivos sociais, e não apenas cognitivo, como se tem enfatizando nas interpretações do pensamento piagetiano para a educação.
A desordem integra o universo físico, o universo da vida e o universo antropossocial. A experiência intencional da desorganização e do caos é capaz de ampliar nossa percepção e “quebrar” nossos padrões mentais (crenças), nossa racionalidade, como também penetrar em camadas mais profundas do inconsciente.
O ciclo do anel tetralógico envolve desordem/caos, ordem, organização e desorganização, e cada finalização de um ciclo pode-se alcançar uma nova ordem e um novo patamar de compreensão, em relação a alguma questão.
Assim podemos entender o corpo, como uma unidade complexa, costitudida de Dimesões Física, Emocionais, Mentais e Histórico-Sócio-Cultural que se relaciona com o mundo através de um complexo sistema que é a Sociedade. Todas essas dimensões de Auto-Completam e são Indisociadas, uma fazendo parte da outra, sua compreensão nos faz perceber algo que estava enraizado em nossa essência e eleva o ser humano a um metodo mais complexo de estudo...
Referências:
MORIN – Introdução ao pensamento complexo
PRIOGOGINE – O fim das certezas
JOÃO & BRITTO – pensando a corporeidade em uma educação física a luz do pensamento complexo
FREIRE – De corpo e Alma